sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Lia Tricoli, aluna do Garatuja, ganha terceiro lugar no Salãozinho de Humor de Piracicaba.



















O Instituto Garatuja sente-se muito feliz em anunciar, pelo segundo ano consecutivo, que nossa aluna foi premiada no Salãozinho de Humor de Piracicaba. Dessa vez foi a Lia Tricoli que pegou terceiro lugar na categoria 7 a 10 anos. No ano passado Davi Veronese ganhou o desejado troféu pelo segundo lugar na categoria 11 a 14 anos. http://institutogaratuja.blogspot.com.br/2011/10/premiacao-do-salaozinho-de-humor.html . O Salãozinho é um evento paralelo ao Salão oficial e já esta na décima edições. Nesse ano o Salãozinho bateu recorde de inscrições. Foram 3.400 obras enviadas por 58 escolas de 12 cidades brasileiras e uma da Argentina. Essa é a primeira vez que o evento recebeu inscrição internacional. Foram selecionados 255 trabalhos, analisados pela artista plástica Marilu Trevisan, pelo arte educador Danilo D'Angeli e pelo cartunista Willian Hussar. Em Piracicaba é feito um amplo trabalho de difusão da linguagem junto as escolas, com a intenção de motivar a criançada a pensar e desenhar com humor. É um trabalho maravilhoso (criança e alegria tem tudo a ver), e reafirma Piracicaba como a Cidade do Humor. A cerimônia, que premiou os trabalhos nas duas categorias, aconteceu na tarde deste domingo (23) no Teatro Erotídes de Campos, no Engenho Central. Os premiados ganharam troféus e brindes. Parabéns aos pais da Lia, aos organizadores do evento, a todos os garotos que participaram do Salãozinho, premiados ou não, e principalmente a Lia Tricoli, pelos desenhos apresentados (Não te disse que estava ficando bom?)...e parabéns pro Garatuja também, por que não? A exposição segue até 14 de outubro no Engenho Central. Abaixo links do evento.
http://institutogaratuja.blogspot.com.br/2012/06/garatuja-no-salaozinho-de-humor-de.html
http://salaodehumor.blogspot.com.br/2012/09/salaozinho-de-humor-divulga-premiados.html
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.351016858318859.88739.100002316437264&type=1&l=b0fc00fc3a
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sábado, 15 de setembro de 2012

Mais uma participação do Garatuja no Salãozinho de Humor de Piracicaba.

Fica aberto até o dia 14 de outubro o 39º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Esse é o mais importante evento ligado ao humor no Brasil e considerado um dos mais tradicionais do mundo. Criado em 1974 por iniciativa de jornalistas e intelectuais de Piracicaba-SP, em plena ditadura militar, ele contou com o apoio de grandes nomes do humor nacional como Millôr Fernandes, Jaguar, Fortuna, Henfil, Ziraldo, Zélio e Paulo Francis, à época os responsáveis pelo irreverente Jornal O Pasquim. Abaixo um vídeo, realizado originalmente em Super 8, que mostra a abertura do 1º Salão de Humor. Os livros Sem Sahida, de Zélio Alves Pinto e Ovelha Negra, de Geandré, que aparecem nele fazem parte da pequena biblioteca do Garatuja que conta também com outras publicações, gibis e revistas ligadas ao humor disponibilizadas aos freqüentadores do espaço.


Para o Salão desse ano foram selecionados 436 obras entre os 3.442 trabalhos inscritos, distribuídos entre 89 caricaturas, 100 cartuns, 76 charges, 78 tiras/HQs e 85 trabalhos sobre o tema intolerância, além de 8 peças  tridimensionais que também fazem parte da exposição. Além de contar com a inscrição de artistas de todos os estados brasileiros, o Salão teve ainda inscrição de países como Albânia, Bulgária, Chipre, Croácia, Grécia, Finlândia, Hungria, República Tcheca, Lituânia, Polônia, Romênia, Nova Zelândia, Rússia, Azerbaijão, Cazaquistão, China, Uzbequistão, Irã, Israel, Macedônia, Paquistão, Quênia, Sérvia, Sudão, Turquia, Ucrânia, entre outros. Com esse histórico dá para se ter uma idéia da dificuldade que é ser selecionado. Nosso ex-aluno Davi Veronese foi premiado no ano passado, pegando 2º lugar no Salãozinho de Humor, evento paralelo dedicado as crianças e jovens até 14 anos.
http://institutogaratuja.blogspot.com.br/2011/10/premiacao-do-salaozinho-de-humor.html Esse ano, como não podia mais participar do Salãozinho, Davi enviou dois trabalhos para o Salão oficial, e não foi selecionado...mas isso não é motivo para desanimo. Primeiro porque ele só tem 15 anos de idade, portanto, com longo caminho pela frente e depois porque disputou espaço com artistas gráficos profissionais de vários países. Muitos marmanjos tentam a anos entrar nesse Salão e também não conseguem. É por essa dificuldade que o Salão de Humor de Piracicaba é referencia e passaporte para os iniciantes na profissão. Abaixo as caricaturas feitas pelo Davi. Dá pra ver que talento não lhe falta, mas em arte só passa pelo estreito funil quem insiste, persiste e bota fé no próprio taco...e isso só depende dele.

O escritor Monteiro Lobato


























Cantora e compositora Rita Lee



























Para o 10º Salãozinho de Humor de Piracicaba desse ano mandamos dessa vez os trabalhos de Lia Tricoli, de onze anos. Ela foi selecionada com três caricaturas dos personagens do seriado Chaves. Logo no inicio desse blog postei um texto (O Humor no Garatuja) onde falo sobre o processo de descoberta do desenho pela Lia.

Seu Barriga
























Chiquinha
























Chaves

sexta-feira, 13 de julho de 2012

História de uma caricatura



Em 1983 produzimos em Atibaia um jornal chamado Carta de Atibaia. O Pasquim ainda era modelo para quem quisesse fazer jornalismo sem paletó e gravata. A intenção era produzir um jornal descontraído, que refletisse as novas dinâmicas da cidade através do humor, do comentário, da entrevista  e da opinião, coisas que não eram comuns nos jornais locais da época. É bom lembrar que foi um ano importante para a cidade com o Tombamento da Pedra Grande pelo Condephaat, resultado de intensa mobilização social e, senão o primeiro, um dos primeiros movimentos ecológicos com resultados práticos do Brasil. Naquela época computador era coisa de ficção científica e um jornal se fazia na raça. Não era como hoje, que podemos realizar um jornal inteiro em nosso computador caseiro e mandar um PDF pra gráfica. Poucos lugares dispunham de equipamentos para rodar um jornal, e Carta de Atibaia era feito na cidade vizinha de Bragança Paulista, pagando-se por hora, daí a pressa em fechar a edição e seguir logo para a gráfica. Lembro que nosso período começava no final da tarde de determinado dia da semana e só terminava no dia seguinte, quando deveria estar tudo pronto para ser impresso. E assim foram seis noites (uma por semana) que varamos em claro procurando letras em revistas, recortando e colando para montar novos títulos, ou então desenhando, "passando branquinho", etc. Esse trabalho era chamado paste-up, uma das atividades extintas pela tecnologia digital.

O Carta de Atibaia foi concebido pelo Euclides Sandoval e pelo Fábio Napolitano, que também financiou o jornal. A diagramação era minha. Havia outras pessoas envolvidas, como o Denizar Sandoval cobrindo as notícias da câmara, entre outros. Embora durando somente seis edições, esse jornal foi uma grande escola pra mim. Uma das coisas que fiz lá foi a caricatura de um vereador da época chamado Gaspar Camargo. Havíamos feito uma entrevista enorme com ele, que durou quatro horas de gravação e que depois foi "espremido" em duas edições, com letras minúsculas ( Pensando bem, acho que nem ele conseguiu ler direito). Essa caricatura ganhou destaque nas páginas do jornal e ironizava suas inúmeras façanhas com medalhas no peito feitas com tampinhas de garrafas. Imaginava que ele não iria gostar da brincadeira, mas para minha surpresa aconteceu o inverso. Ele adorou! Foi o primeiro acontecimento em que ganhei certa notoriedade. Andava pela cidade e via o recorte do meu desenho pendurado nos lugares mais estranhos. Claro que a timidez não permitiu que me identificasse nesses casos, mas intimamente ria do que havia feito. Esse recortes permaneceram por muito tempo em determinados lugares, a ponto de um dia, muito tempo depois, entrar no gabinete de outro vereador e encontrar ainda lá minha caricatura fixada num mural, já amarelada pelo tempo. Desde então penso muito antes de fazer a caricatura de alguém, principalmente de político. Eles adoram ver suas caras estampadas nos lugares, nem que seja de forma ironizada. É o famoso "falem mal, mas falem de mim". Como faço caricatura somente como exercício gráfico, portanto sem compromisso com pautas, prefiro desde então outros temas bem mais interessantes para praticar, mas claro, toda regra tem exceção. E como escreveu Millôr Fernandes: "Se toda regra tem exceção, então, esta regra também tem exceção e deve haver, perdida por aí, uma regra absolutamente sem exceção".

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Três caricaturas

Em 2001 realizamos uma oficina de humor que incluía quadrinhos, tiras e caricatura. Os três trabalhos abaixo são dessa oficina. O primeiro é a caricatura do Caetano Veloso feito pelo Daniel de A. Blois, que tinha 14 anos na época. A seguir Ronaldinho, segundo Francesco Brugnera Teixeira, de 11 anos e por último a sátira sobre uma propaganda de televisão. Os três garotinhos representavam o DDD, no anúncio da Telefônica. O humor, na maioria das vezes, tem tempo de duração. Esse trabalho, por exemplo, perdeu a força em função do tempo, mas o desenho do Luis Akio Matuoka é bem legal. Ele tinha 13 anos quando desenhou e sempre foi muito talentoso.


















terça-feira, 26 de junho de 2012

O Humor no Garatuja

Nas oficinas do Garatuja as ações nessa área sempre aconteceram de forma esporádica. Em geral eram as próprias crianças, ou jovens, que enveredavam por esse caminho, e nesse caso, minha orientação era no sentido instrumentalizar esse interesse. Dependendo da idade, obviamente. No caso do aluno Davi Veronese quando percebi essa tendência, principalmente para a caricatura, busquei como gancho para motivá-lo um convite que havia recebido do Salãozinho de Humor de Piracicaba. Produzir para o Salãozinho foi a chance que tive de mostrar a ele a lógica da linguagem. A caricatura, embora com forte componente de fatores intuitivos, tem muito de racional em sua linguagem. Antes de sair desenhando é fundamental observar certas características do modelo como:  formato do rosto, elementos característicos, etc. Quanto mais se pensar no desenho antes de fazê-lo, melhor. Com isso aconteceu um fato bastante interessante e que merece ser relatado. No horário em que acontecem as aulas do Davi, com 15 anos, também está a Lia, com 11 anos. O Davi desde cedo demonstrou grande habilidade para o desenho, e passar para a caricatura foi bem tranqüilo, já a Lia, em geral, demonstrava  resistência em relação ao desenho inicial. Depois que fazia o desenho não tinha mais problema para concluí-lo, seja pintando, modelando, etc...mas o inicio era sempre suado. Todo processo vivenciado pelo Davi na descoberta da linguagem da caricatura, como aprender a analisar a figura humana, obter reverencias de outros artistas, etc, foi por tabela absorvida também pela Lia. Na impossibilidade do Davi participar mais uma vez do Salãozinho desse ano, em função da idade, passei a Lia essa função, e aí foi como destampar um tanque represado. Tive o prazer de presenciar, de maneira muito clara, aquele momento de virada, assim como observar alguém tentando aprender a andar de bicicleta. Primeiro cai, cai...cai, mas chega uma hora em que acha seu ponto de equilíbrio e passa a realmente andar de bicicleta. No caso da Lia, sua racionalidade excessiva (a Lia é muito inteligente) aliada a auto-crítica dificultava se soltar em relação a criação atistica. Eu sentia esse bloqueio, mas não achava forma de contorná-lo...e a saída aconteceu através da caricatura. Pela necessidade de se pensar primeiro antes de desenhar uma caricatura, fez com que a Lia partisse de algo no qual tinha mais controle. Sua racionalidade achou a linguagem certa para ser posta em prática e os resultados foram surpreendentes, inclusive para ela mesma, que passou a ganhar confiança no que produzia. Existe um traçado em seus trabalhos antes da caricatura e outro depois dessa descoberta. Se essa "evolução" vai continuar de forma ascendente eu não sei, mas pelo menos já possuo os instrumentos necessários para desenvolver seu potencial, seja através da caricatura, seja através de outra linguagem qualquer. Nesse exemplo fica claro o que pretendo com essa diversificação de linguagens que procuro fazer no Garatuja. Sou muitas vezes criticado por isso, mas não se trata de pretensão da minha parte em abraçar diversas linguagens, mas sim de utilizar-se delas no que de melhor cada uma oferece em beneficio do aluno. Como já foi dito aqui, o que faço é somente provocar o "start" inicial. Penso que educar seja "iniciar", revelar qualidades e apontar caminhos...o resto é com a vida de cada um.